“E todos iam se alistar, cada um na sua própria cidade” (Lc 2,3).
José e Maria puseram-se a caminho para cumprir uma ordem de recenseamento do Imperador Romano. O grande mistério que outrora fora anunciado pelos profetas estava próximo de ser revelado, de maneira simples e humilde.
Por que Belém, tão pequena e distante de Nazaré? Deus assim o quis. Era necessário que aqueles que quisessem conhecer o Menino Deus se colocassem a caminho. O anúncio não podia ser diferente para os mais pobres e mais simples. “O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor envolveu-os de Luz” (Lc 2,9). Sim, não só viram, como escutaram a voz do anjo dizendo : “Não Temais!” (Lc 2,10). Isto nos faz recordar o anjo falando a Maria: “Não temas!”(Lc 1,30).
Do que deveríamos ter medo? De uma paz gratuita? De uma alegria sem cobrança? Ou o que será que Ele quer de mim? Um Rei que se veste com panos, um Rei sem castelos, um Rei que não se preocupa com o que dizem d’Ele.
Nesse pensamento de buscar reconhecimento, castelos, posições, dinheiro, vamos cada vez mais ficando distantes da manjedoura e do Menino Deus. Acabamos por tomar um caminho mais longo, fácil de se perder e perigoso para o encontro com Ele, o caminho dos reis magos. Os pastores, pessoas simples, sem títulos e sem reconhecimento, apressaram-se e chegaram primeiro. Estavam mais perto? Sim, como não estar?
A Palavra veio e se tornou carne no corpo de um menino. Qual é o recado? Afinal, Ele está sempre se comunicando. Eu me faço pequeno e sou Deus, Eu me faço simples e sou Rei. A Luz entrou no mundo de uma maneira jamais esperada e jamais vista, “Vinde e vede” (Jo1,39).
Que neste Natal possamos ser gratos e valorizar o simples e o pequeno, afinal, o que temos são presentes d’Ele, apenas d’Ele, nada é nosso. Gratos, Senhor, pela família, pelo trabalho, pelos amigos de caminhada, pela Morada da Misericórdia (nossa Manjedoura e nosso castelo).
Feliz e Santo Natal.
Ivano A. Pereira
Fundador da Comunidade Abbá, Pai