Mistérios Dolorosos – A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras
Primeiramente, peçamos a Deus a intercessão e a participação da ótica de Maria, para que em cada Ave Maria do santo rosário possamos bem viver o mistério da agonia de Jesus, seu filho e nosso Senhor, no Horto das Oliveiras.
Quando meditamos a cena no Getsêmani, perpassando-o em uma dezena de Ave Marias, estamos nos abrindo para uma leitura humilde do evangelho, buscando com simplicidade absorvê-lo, sem nunca esgotá-lo, recebendo o novo que o Espírito Santo nos dá continuamente.
No Horto das Oliveiras, os evangelistas nos convidam a penetrar no mais íntimo de Jesus, revelando sentimentos profundamente humanos diante de uma livre e difícil decisão. Kierkegaard, filósofo, nos adverte em sua obra O conceito de Angústia (1844) que, ante a uma escolha, uma decisão que independa de sua complexidade, haverá sempre a angustia.
Tal angustia no Cristo se transforma em dor, materializando-se em sangue misturado ao suor, proferindo uma oração de total abandono no Pai, confiante no asilo dos amigos: “A minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai” (Mc 14, 33-34).
“Aqui Jesus experimentou a solidão extrema, toda a tribulação do ser homem. […] Aqui foi assaltado pela turvação da morte iminente. Aqui, beijou-O o traidor. Aqui todos os discípulos O abandonaram. Aqui Ele lutou também por mim.” – Bento XVI.
Abracemo-nos a este Cordeiro, que, como naquela noite no Egito, dá seu sangue para salvar os filhos e filhas de seu povo. E clamemos juntamente com Jesus: Abba, Abba Pai, Papaizinho Querido.
Com um coração esperançoso, repleto do amor salvífico de Deus, oremos, juntamente com Maria, nossa mãe, o Salmo que Cristo hoje nos atualiza, diante de nossos Getsêmanis particulares:
“Por que te curvas, ó minha alma, gemendo dentro de mim? Espera em Deus, porque ainda hei de louvá-lo: ele é minha salvação e meu Deus.” – Salmo 43,5.
Nathan Dias
Seminarista em Azambuja/Seminário Metropolitano da Arquidiocese de Florianópolis