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Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Paulo, verdadeiro apóstolo” foi o tema da segunda catequese do Papa dedicada à Carta aos Gálatas.
Na quarta-feira passada, ao inaugurar o novo ciclo, o Pontífice comentou as dificuldades enfrentadas pelo discípulo na obra de evangelização na Galácia. A sua intenção é muito clara: é necessário reafirmar a novidade do Evangelho, que os Gálatas receberam da sua pregação, a fim de construir a verdadeira identidade sobre a qual basear a própria existência.
De perseguidor a anunciador
Em primeiro lugar, Paulo sente-se obrigado a recordar que é um verdadeiro apóstolo não por causa do seu mérito, mas devido à chamada de Deus. Ele próprio conta a história da sua vocação e conversão, que coincidiu com o aparecimento do Cristo Ressuscitado durante a viagem a Damasco (cf. At 9, 1-9).
Paulo evidencia assim a verdade da sua vocação através do contraste flagrante que tinha sido criado na sua vida: de perseguidor dos cristãos porque não observavam as tradições e a lei, tinha sido chamado a tornar-se apóstolo para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. “Vemos que Paulo é livre: é livre para anunciar o Evangelho e também é livre para confessar os seus pecados. ‘Eu era assim’: é a verdade que dá liberdade ao coração, é a liberdade de Deus”, explicou Francisco.
Pensando nesta sua história, Paulo está cheio de admiração e gratidão. É como se quisesse dizer aos Gálatas que podia ter sido tudo menos apóstolo. No entanto, algo inesperado aconteceu: Deus revelou-lhe o seu Filho para que pudesse tornar-se o seu arauto entre os gentios (cf. Gl 1, 15-16).
Os caminhos do Senhor são imperscrutáveis
“Quão imperscrutáveis são os caminhos do Senhor!”, disse o Papa. Tocamos esta experiência com as nossas mãos todos os dias, especialmente se pensarmos nos momentos em que o Senhor nos chamou.
Para Francisco, “nunca devemos esquecer o tempo e a forma como Deus entrou na nossa vida”: ter fixo no coração e na mente aquele encontro com a graça, quando Deus mudou a nossa existência.
“Quantas vezes, perante as grandes obras do Senhor, vem espontaneamente à mente a pergunta: como é possível que Deus se sirva de um pecador, de uma pessoa frágil e fraca, para realizar a sua vontade? E no entanto, não há nada de casual, porque tudo foi preparado no desígnio de Deus.”
Ele tece a nossa história, a Sua chamada envolve sempre uma missão à qual estamos destinados; por isso, nos é pedido que nos preparemos seriamente, sabendo que é o próprio Deus que nos envia e apoia com a Sua graça.