Menu fechado

“ Serão eles o meu povo, e eu o seu Deus” (Jr 32,38).

“ Serão eles o meu povo, e eu o seu Deus” (Jr 32,38).

Contar uma história é reviver o que passamos, o que conquistamos e até mesmo o que perdemos pelo caminho.

Sim, sempre perderemos algo ou alguém pelo caminho.

Neste caminho de encontros e desencontros e reencontros (livro “Amar: chamado divino, vocação humana”, Paulus, pág. …), tivemos a graça de encontrar nossa essência familiar (especialmente a filial), a essência da amizade e a do companheirismo.

Começamos a perceber que tudo o que possuímos ou achamos que possuímos – sejam cargos, posição financeira ou até mesmo títulos – são apenas fantasias sedutoras, nada mais do que “fumaça”, que ofusca aquilo que é real e verdadeiro. Sem conseguir distinguir este daqueles, sempre corremos o risco de deixar o absoluto pelo relativo, pela fantasia, pela “fumaça”.

Nossa caminhada hoje, em busca do absoluto, do imperecível, não é mais nos desertos, como antigamente, mas ela acontece no meio familiar e social em que vivemos, assim como pelas ruas, cidades e bairros, mídias e redes sociais.

O caminho é cheio de surpresas; nele vamos descobrindo novas cores com as quais passamos a nos identificar ao longo do tempo. Mas sempre fica uma pergunta: Qual o caminho certo ?”, “Onde encontro aquele que é: o caminho, a verdade e a vida?”, “Qual direção devo seguir?”

No livro “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll, há um personagem, o Gato de Cheshire, que diz: “Quando você não sabe pra onde ir, qualquer caminho serve”.

Nestes 26 anos caminhando, a Abbá, Pai tem visto a mão do Senhor à nossa frente. Sim, foi Ele que deu um lugar para construirmos sua morada; Ele que nos deu este lugar com água nascente e corrente; Ele que fez florescer uma terra que antes era só mato e esquecida na pequena Timbé. E tu, Timbé, “de modo algum és a menor entre as principais” (Mt 2,6).

Ergueste nesta terra santa um povo renovado e para este povo santo destes um cálice cheio de vinho novo. E nos convidastes para as bodas da Misericórdia.

Nunca poderemos, e não nos esqueceremos, que foste Tu que nos tiraste das garras daquele que sempre está nos dizendo que Deus não é o bastante.

O tempo e as histórias que vivenciamos e ainda vivemos contigo são mais do que suficientes, elas extravasam em bênçãos e graças constantes. Como diz Pedro, “Senhor, a quem iremos? Só tu tens tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Lembramos também Santa Tereza d’Ávila, que em sua oração vai dizer: “Só Deus basta”. E não só basta, como transborda com abundância nossa taça.

A Terra não é mais uma promessa, pois já estamos nela, mas saber viver nela é uma conquista diária de renúncia e ousadia.

E tudo isso para dizer que, tu, Abbá, Pai, soubeste dizer o teu “sim”, assim como Maria, um “sim” verdadeiro e autêntico.

Mãe da Misericórdia, rogai por nós.

Ivano A. Pereira

Itens relacionados