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Palavra do Arcebispo: Natal em tempo de pandemia

A pergunta que volta sempre: como será o Natal neste tempo de pandemia? Será que o Natal vai ser o mesmo? Começamos a responder dizendo que uma epidemia muda muita coisa na vida das pessoas. Em alguns aspectos, a vida não será a mesma quando a pandemia passar.

A celebração do Natal será afetada pela presença da pandemia. Haverá menos festas, manifestações externas. O exagero do consumo, tão característico deste tempo, deve sofrer uma retração. Mas, a pandemia pode ser vista como um desafio para celebrar o Natal com mais profundidade. É uma oportunidade para recuperar o verdadeiro significado da festa de Natal. Deus que se faz um ser humano para morar entre os humanos. Natal é celebração do nascimento do Salvador.

O perigo de contágio com o coronavírus obrigará a reduzir o número das pessoas reunidas. Por outro lado favorece que o Natal seja celebrado pela família. Na confecção do presépio e na contemplação do menino que nasceu na gruta de Belém, a família tem a oportunidade de acolher o Cristo que vem. Cristo quer nascer e morar no seio de cada família.

A pandemia impõe limitações de toda sorte. O nascimento de Jesus também foi revestido de toda sorte de desafios. Maria, grávida, teve que se deslocar, com São José, para um lugar distante. Na cidade de Belém não encontrou lugar para que a criança pudesse nascer. A estrebaria, lugar desagradável, simboliza a nossa realidade. Também não temos um lugar melhor para oferecer a Jesus. A grande lição é que a presença de Jesus torna o lugar cheio de luz, onde os anjos vêm cantar.

Da mesma forma, a presença do Menino Jesus tornará cada família um lugar cheio de luz e de alegria. Assim como as dificuldades não impediram que a gruta se tornasse a morada de Deus vindo ao mundo, também as vicissitudes dos tempos de pandemia não devem impedir que se celebre o Natal nas nossas famílias, como os pastores que foram até a gruta de Belém. Não ficaram reclamando das condições precárias, mas começaram a contar para todo mundo o que tinham presenciado.

Por Dom Wilson Tadeu Jönck
Arcebispo de Florianópolis

Artigo publicado na edição de dezembro de 2020 do Jornal da Arquidiocese, página 2.

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